Mi ermano. Maradona. Diego Maradona.
Brasil e Chile jogam na África do Sul. Aqui no Brasil, assisto a partida na minha telinha, aconchegado e tranquilo em meu apartamento.
Primeiro, telinha. Sim. É uma telinha mesmo. Nada de tela plana, alta definição... fico com minha velha e querida 20 polegadas. Com detalhe, assisto ao jogo pela Band. Não que ainda me incomode com o Galvão Bueno, já acostumei, mas os pitacos do Neto são imperdíveis. Aliás, a Band estava com o sinal melhor. É “Brasil no peito, e olho na Band”.
Segundo. No meu apartamento porque não gosto de ver uma partida como esta num bar. Nem em grandes aglomerados de patriotas de quatro em quatro anos. É muita gente gritando. Gente opinando. Falando abobrinha. Uns pedem Ganço, outros Nilmar e muitos, muitos outros Ronaldinho.
Vamos combinar e colocar um ponto, mas ponto final mesmo: Dunga já convocou. A lista já saiu. Os jogadores já estão em campo. Parem, parem de reclamar. Chegamos aonde chegamos, e é melhor aproveitar, e não ficar lamentando. afinal, a Copa está por terminar.
E ponto final. Um ponto, mas antes vale ressaltar que comentários daqueles que não entendem nada de futebol também irritam. Não é piada, mas vi alguém dizendo num tiro de meta: “chuta. Chuta. Faz gol”.
Um grande ponto final nisso.
E voltando ao ermano...
Sim. Sim. Meu vizinho Maradona.
Bom. Saio na sacada do meu apartamento para vibrar com segundo gol do Brasil. Eis que me deparo com ele. Baixinho. Barbudo. Ar de superioridade (estava no andar de cima, e só por isso). Cabeludo. Feio, muy feio.
Era o Maradona. Se eu não soubesse que o original está na África enamorado pelo Messi, seria capaz de confundir. Pois bem, era um sósia. Menos mal.
E mais: estava revoltado. Sim. Com as mãos na cabeça custava acreditar no segundo gol do Brasil e, ainda mais, nas vuvunzelas verde amarelas dos andares de cima, de baixo, do lado, da frente e do outro lado da rua.
É mi ermano. Mi vecino Maradona, a vida não é fácil. Especialmente para você.
Aliás, já comprei minha vuvunzela também.
E terminamos no ponto, ponto e ponto. Três pontos, pois com três gols vencemos os Chilenos.
Gol. Gol. Gol.
Este Blog procura retratar o cotidiano por meio de textos que buscam uma aproximação com as chamadas crônicas, tendo em vista o grande dilema que há em relação a este estilo, seja ele do jornalismo ou da literatura. Estas crônicas são criadas a partir de fatos e observações presenciadas ou vividas no dia-a-dia pelas mais variadas pessoas que perambulam pelas praças, ruas, avenidas, lugarejos, cidadelas, ônibus, bares, jardins... Ora visíveis e outras muitas invisíveis. Boa leitura!
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