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domingo, 3 de julho de 2011

Brinquedos quebrados

- Troca esse prêmio, tio?!
- Como?
- Troca este.
- Porque trocar?
- Por que tá quebrado.

***

QUEBRADO.
Como poderia estar quebrado? Era uma doação. Mas sim. O brinquedo que fez os negros olhos da pequena menina brilharem, foi o mesmo que a fez buscar os braços da mãe e procurar por carinho, aconchego... por amparo.
No jogo da “boca do palhaço”, que consiste na criança jogar uma bola feita de meia e areia dentro da boca do boneco e, a cada acerto, ganhar uma “prenda”, as fichas custavam apenas R$ 0,20. O objetivo era que todos pudessem brincar, jogar, sorrir e ganhar prêmios.
As “prendas” dos jogos da “pesca”, “argolas” e “boca do palhaço” foram todas doações.
Doações que eu diria feitas de coração, mas um coração que não pensa no próximo. Alguns carrinhos sem rodas, bonecas sem um braço, barquinhos sujos... Desculpe, mas toda doação precisa ser pensada e obrigatoriamente deve ser feita com o objetivo de ajudar aqueles que vão receber a doação, e não se livrar das “traias velhas” de casa.
Pense: eu daria este brinquedo para meu filho?
Não dá pra responder esta pergunta? Então, sugiro que você embrulhe o brinquedo, coloque um lindo laço e presenteie seu filho. Sim, dê o presente e veja a cara do seu filho. Veja a reação dele. Se ele não gostar, porque outras crianças precisam gostar? Só porque elas não tem nada? Só porque elas não tem a possibilidade de comprar um novo?
NÃO!
Elas não são obrigadas a gostar e nem a ficar com estes brinquedos pela metade.
Digo isso porque ao ver essa menina de uns três aninhos pedindo para trocar o brinquedo, porque estava quebrado, fiquei com vergonha. Não fui eu que doei a boneca num andador sem rodas. Mas quando entreguei o prêmio por ela ter acertado uma bolinha na Boca do Palhaço, confesso que me senti culpado.
Culpado por ter levado esta menina do céu ao inferno, e sem trocadilhos, em um gesto: entregar nas mãos da pequena um brinquedo “pela metade”.
Escrevo esta pequena “partícula” de uma vivencia para convidar a todos meus amigos do blog FalaGuri a pensarem em "que tipo de doações eu faço?" e, a fazerem a experiência do trabalho voluntário. Quem já fez, pode repetir; quem nunca fez, garanto que está perdendo um grande aprendizado.
A festa foi ótima. As crianças comeram doces, salgados e beberam refri à vontade. Ganharam presentes e pequenas prendas nos jogos e sorteios.
Escolhi falar dos brinquedos quebrados por ter sido uma experiência muito significativa. Mas outras tantas o foram: ver crianças sorrindo por ganharem um presente tão simples como o boneco que é dado na compra de um lanche no Mac ou um carrinho do tamanho de uma tampa de garrafa.

***A festa foi em Campinas, mas melhor não divulgar o bairro e o local. (A pedidos) Acho justo.

- - estou lá no twitter @FalaGuri

2 comentários:

  1. Muita bonita sua experiência.
    Gosto muito do trabalho voluntário.

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  2. De fato, até os gestos mais simples, como doar uma prenda para uma brincadeira, deve ser revestido de amor. Sem amor, nada presta. Se uma pessoa não é capaz de colocar amor nas coisas pequenas que faz, como será capaz de se doar nas coisas grandes?

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