Companhia para sexo
O senhor de idade é abordado pela mulher e numa rápida conversa sai da Estação da Luz e corta a rua. Ela apressada, já o senhor de idade anda devagar com as limitações da idade. A mulher conversa com o senhor em tom baixo, mas as mãos falam alto. Ela faz fortes gestos. Gestos bruscos para chamar a atenção das amigas que continuam na porta da Estação. As duas moças começam a rir. Esnobam o senhor que acabara de atravessar a rua apoiado no guarda-chuva e acompanhado da cafetina.
Entram numa lanchonete. As duas moças, provavelmente prostitutas, seguem sua caminhada, fazendo da entrada da Estação uma “passarela da carne”.
Na lanchonete nenhum movimento. O idoso não sai, muito menos a cafetina. Ela vestida de roupas masculinas, com um sobre tudo, também não retorna da lanchonete. Passa um... dois... dez minutos e nada. Nem as duas moças da Estação vão para o bar e nem o senhor e a cafetina saem de lá.
Uma caminhada e, na frente do local, não se observa nada. Os dois sumiram. O local tem pessoas comendo salgados; outros na mesa bebendo; outros pagando a conta, mas ninguém encontra o senhor de idade e a possível cafetina. Eles sumiram. Abduzidos, talvez.
Nada de rever se o senhor de idade se satisfez com o que encontrou lá dentro. Nada de saber como sairia do encontro o homem de muita idade que cortou a rua com cara de quem ia pela primeira vez em busca desses serviços.
Ele estava surpreso. Não se sabe se por procurar esses serviços ou se pela forma como foi tratado pela cafetina. Ela pelo contrário, já tinha o “jeitinho” de vender o produto. Nada de timidez, mas muita ousadia. Já ele, entre o riso de safadeza e de conquista, estava o semblante de medo, como criança que faz travessura e procura olhares de apoio ou reprovação.
O que quero?
Sexo?
Companhia?
Prazer?
Por pouco dinheiro, devem custar pouco, pois eram fáceis e feias. Então, ele conseguiria o que procurava?
Sexo conseguiria, se tivesse ereção; se tomasse ou já havia, quem sabe, tomado a pílula azul.
Prazer? Talvez ele, pela realização. Já ela, prazer pelo dinheiro, pois deve ser rotineiro e forçado, então sexo é comum para ela.
Companhia? Sim, por uns minutos. Mas no fim, sairia como chegou: sozinho, como tantos outros senhores e senhoras são obrigados a viver a velhice. Sem pai, mãe, filhos, amigos, vizinhos, amores e sem prostitutas, alguns. E a rua atravessada com presteza pela idade do senhor, continuava lá, com outros mais moços, mais velhos, mais fortes, mais magros, mais altos ou baixos fazendo a travessia para a Estação, para o ônibus, para o lanche e para o sexo.
Sim, para o sexo também.
Cena I: na Estação da Luz, em São Paulo – SP, no sábado, dia 25 de abril, entre 9h20 e 9h50 da manhã.
O senhor de idade é abordado pela mulher e numa rápida conversa sai da Estação da Luz e corta a rua. Ela apressada, já o senhor de idade anda devagar com as limitações da idade. A mulher conversa com o senhor em tom baixo, mas as mãos falam alto. Ela faz fortes gestos. Gestos bruscos para chamar a atenção das amigas que continuam na porta da Estação. As duas moças começam a rir. Esnobam o senhor que acabara de atravessar a rua apoiado no guarda-chuva e acompanhado da cafetina.
Entram numa lanchonete. As duas moças, provavelmente prostitutas, seguem sua caminhada, fazendo da entrada da Estação uma “passarela da carne”.
Na lanchonete nenhum movimento. O idoso não sai, muito menos a cafetina. Ela vestida de roupas masculinas, com um sobre tudo, também não retorna da lanchonete. Passa um... dois... dez minutos e nada. Nem as duas moças da Estação vão para o bar e nem o senhor e a cafetina saem de lá.
Uma caminhada e, na frente do local, não se observa nada. Os dois sumiram. O local tem pessoas comendo salgados; outros na mesa bebendo; outros pagando a conta, mas ninguém encontra o senhor de idade e a possível cafetina. Eles sumiram. Abduzidos, talvez.
Nada de rever se o senhor de idade se satisfez com o que encontrou lá dentro. Nada de saber como sairia do encontro o homem de muita idade que cortou a rua com cara de quem ia pela primeira vez em busca desses serviços.
Ele estava surpreso. Não se sabe se por procurar esses serviços ou se pela forma como foi tratado pela cafetina. Ela pelo contrário, já tinha o “jeitinho” de vender o produto. Nada de timidez, mas muita ousadia. Já ele, entre o riso de safadeza e de conquista, estava o semblante de medo, como criança que faz travessura e procura olhares de apoio ou reprovação.
O que quero?
Sexo?
Companhia?
Prazer?
Por pouco dinheiro, devem custar pouco, pois eram fáceis e feias. Então, ele conseguiria o que procurava?
Sexo conseguiria, se tivesse ereção; se tomasse ou já havia, quem sabe, tomado a pílula azul.
Prazer? Talvez ele, pela realização. Já ela, prazer pelo dinheiro, pois deve ser rotineiro e forçado, então sexo é comum para ela.
Companhia? Sim, por uns minutos. Mas no fim, sairia como chegou: sozinho, como tantos outros senhores e senhoras são obrigados a viver a velhice. Sem pai, mãe, filhos, amigos, vizinhos, amores e sem prostitutas, alguns. E a rua atravessada com presteza pela idade do senhor, continuava lá, com outros mais moços, mais velhos, mais fortes, mais magros, mais altos ou baixos fazendo a travessia para a Estação, para o ônibus, para o lanche e para o sexo.
Sim, para o sexo também.
Cena I: na Estação da Luz, em São Paulo – SP, no sábado, dia 25 de abril, entre 9h20 e 9h50 da manhã.
..... Por Fabiano Fachini
OBS: Também publicada em http://inimigosdolide.wordpress.com/
AI!
ResponderExcluirSem complicações e discussões em viagens que no fim, se perdem em Campinas! huahuauhauhauuha
Até que enfim esse blog tá atualizaaaado! Poxa vida!!!
oieeee
ResponderExcluirJu... com certeza!!!
aqui, é só pra apreciar e relaxar!
que bom que passou por aqui, e olha, ocmo prometido, vou atualizar sempre!!! no minimo semanalmente
bj ju
muito lokoooooo
ResponderExcluirQue texto é esse Fachini!!!??? ahahhaah. Minha mente nervosa ainda está tentando encaixar os non-senses da história. Te juro! hahaha. Valha me Cristo aonde tu foi buscar inspiração, deve ter sido quase uma imersão...ahahah
ResponderExcluirAcho que abduziram o Fachini.Será? Talvez.
abraço brother.
to rindo da sua avaliação aqui thiago,,,rsrs
ResponderExcluirPo, imersão não, mas QUE deu vontade de entrar no local e ver pra onde foi parar o velhinho deu...rsrsrs
abs
valeu por participar
aff,agora vai...
ResponderExcluirtah dificil escrever aki...
nossa, Profissão Perigo, soh vc msm para observar esta cena em meio a tantas outras em plena Estação da Luz. Mais td bem, eu amo seus textos qqr q seja a fonte de inspiração.
Estive reparando q a qtdde de postagens vem diminuindo de fevereiro pra cá, será q existe alguma razão para qual vc está sem tempo de atualizar este blog??? rsrsrsrs... Um certo sentimento de culpa está me dominando neste momento!
Se cuida e mais juízo... te amo
Etá le le,shuahsuahsuahshuahs muito legal!!!
ResponderExcluirBem real e verdadeira,adorei amigo mas tadinho do velinhoOOO,rsssss.
Abraço!
Clau,
ResponderExcluirsabe porque é bem real???
pq é toda verdadeira essa história. tudo o que for fato, eu observei.
obrigado por visitar meu blog.
abs
fachini
Que histoória !!!....
ResponderExcluirque fato !!!... heim Fachini....
mas eu acho que vc deveria ter ido atras do veio pra conferir... hahahaha ....
muito legal o texto ,,,
um abraço
hahaha
ResponderExcluirgrande welington!!!
q alegria ver vc por aqui
bom, bem q eu queria ter seguido ele, mas num deu.... tinha outras atividades pra fazer..rsrs
abs
Fabiano!
ResponderExcluirExcelente o texto! E perspicaz toda a observação hein!
Acessa meu blog também:
http://www.naopareporai.blogspot.com
bjs
Olá.
ResponderExcluirApesar de já ter feito o comentário a vc, axei melhor escrever tbm.
Axo legal a forma como se expressa nos seus textos. Sempre mto tranquilo, sincero e com um toque de santidade, mesmo diante de tanta maldade. Bjo. Parabéns.
ká...
ResponderExcluirlegal... origado por passar aqui, e pode deixar que vou visitar seu blog, ocm certeza vai surpreender
...
Mara, verdade, vc comenta os textos pra mim, mas até que enfim deixou sua marca aqui no blog em,,,rrsr
brigado ass duas moças
bj
necessario verificar:)
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