Seja bem-vindo ao FalaGuri. Boa leitura amigo internauta. Hoje é

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

BIOSFERA - Como fazer uma composteira

Como fazer uma composteira

Aprenda a fazer em casa, ou no apartamento, uma composteira. A reportagem é de Fabiano Fachini e foi exibida no programa de TV Biosfera - ações e atitudes Sustentáveis para o seu dia a dia.

Você confere esta reportagem e outras mais no http://www.biosferatv.com.br/ ou ainda na Página do Youtube do FalaGuri.

BIOSFERA - Reaproveitamento do óleo de cozinha

Reaproveitamento do óleo de cozinha

Reportagem exibida no programa de TV Biosfera - ações e atitudes sustentáveis apra o seu dia a dia, realizada pelo repórter Fabiano Fachini. Para não poluir o mio ambiente com as sobras de óleo de cozinha, confira as iniciativas criativas da população.

Você pode conferir o vídeo no site http://www.biosferatv.com.br/ ou ainda na Página do Youtube do FalaGuri.

BIOSFERA - Animais atropelados nas pistas

Animais atropelados nas pistas

Confira a reportagem exibida no programa de TV Biosfera - ações e atitudes sustentáveis apra o seu dia a dia, do repórter Fabiano Fachini. A reportagem foi realizada na ONG Mata Ciliar, em Jundiaí, uma entidade que recebe e trata animais silvestres que são atropelados nas estradas da região. Devido aos ferimentos, muitos deles não podem retornar à natureza e, acabam confinados às jaulas.

Você pode assistir a reportagem no site www.biosferatv.com.br ou ainda no Canal do FalaGuri no Youtube.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Biosfera - Feira de Produtos Orgânicos

Feira de Produtos Orgânicos

Confira a reportagem exibida no programa de TV Biosfera - ações e atitudes sustentáveis para o seu dia a dia, do repórter Fabiano Fachini. A Feira de Produtos Orgânicos é reaizada em Campinas, no Parque Ecológico, no Centro de Convivência e no Bosque. Confira os produtos, as pessoas divertidas e, o famoso bolo de banana da Dona Maria, uma simpática feirante.


mais em http://www.biosferatv.com.br/
o vídeo você também pode assistir no Canal do FalaguriOriginal no Youtube

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Twitter (ando) - Copenhague Imagens

Copenhague

Uma chance para a vida

As imagens supreendentes em busca de mobilizar os Líderes Mundiais na Conferência do Clima.

Publicado em Biosfera, pelo repórter Fabiano Fachini.

O site é http://www.biosferatv.com.br/

Uma das imagens é esta:

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Twitter (ando) - Bons SITES

Bons Sites
Seria interessante ter dicas de "coisas boas", não? Então, inauguramos com essa primeira dica o Twittando Sites.
www.textovivo.com.br - bons perfis, ensaiois, reportagens, memórias. Vale conhecer.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cronicando a vida

Bar de beBIBA

Por Fabiano Fachini

Crônica?
Testemunho?
Relato?
Indignação?
Pedido de perdão?
Vergonha?
Não sei, sinceramente não sei.
Incrível.
Final de tarde e eu louco pra comer. As alternativas foram acabando, e só restou o quê??? Bar dos são-paulinos em Campinas. Parece pleonasmo: subir pra cima, descer pra baixo, bar de são-paulino em Campinas... é óbvio. Mas enfim, não fui lá pra comer, fui fazer um lanche.
Pois bem, voltando ao assunto: estava indo à aula de inglês e não encontrava um lugar para fazer um lanche. Restou o bar dos tricolores. Sou corintiano, jamais teria entrado nesse lugar se não fosse o excesso de fome. Fome absurda.
Entrei (no bar, apenas no bar, para aqueles que se perderam) e pedi um suco ou vitamina. Só tinha laranja. Acredito que cenouras, bananas e demais tenham sumido. Alguém sabe o porquê?
Bom, não pedi uma cerveja, pois não gosto de coisa fraca. Devia apenas ter sem álcool, se pensarmos no público.
Suco de laranja, um salgado. E pronto. Como rápido. Muito, mas muito rápido. Pago e saio. Pago, como bom corintiano, saio sem dever nada. Mas, posso garantir, aproveitei bem o catchup e maionese extras.
Pressa? É óbvio.
Pensou ser confundido? Fotografado lá?
Jamais. Me garanto, mas não precisa dar margem pro erro.
Porém, fui bem atendido. Talvez, por ter batido no balcão, falado grosso com o garçon, e reparado a única mulher do bar. Talvez, eles tenham percebido que eu não gosto da mesma fruta que eles (ao menos dos que estavam lá) e aí pensado: vai que rola!!!
Vai que rola nada.
Cai fora jacaré.


Obs:
  • Atendendo aos pedidos recebidos por e-mail, quero destacar o que parece não ter ficado claro: por motivo algum essa crônica foi objetivo de discriminação ou preconceito. Foi uma brincadeira que fiz com amigos tricolores. Uma forma de “pegar no pé” da galera que se aproveita da má fama “arquitetada” contra os corintianos. Aos leitores, desculpas. Porém, destaco que a crônica continuará no ar. A discórdia e as discriminações na devem ser incitadas, por isso, acredito que essa brincadeira entre amigos não vá ferir esse valor que busco seguir. Afinal, quem perde a oportunidade de fazer piadinhas com amigos de torcidas diferentes, seja por e-mail, no churrasco, na família, no bar...? Aguardem, novidades vem por aí.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Entrevista Eu & Eu

VC É...
FabianoFachini.
VC TEM...
22 anos
NATURAL DE...
Xaxim/SC
VC FAZ...
Faço, com certeza.
ESTUDA?Sim, pós graduação em Jornalismo Literário na ABJL.
VC TRALHA?
Sim.
ONDE?
Campinas/SP.
COM Q?
Rádio, revista, site, blogs, assessoria, TV.
RÁDIO?
Isso. Sou produtor e repórter do programa de rádio Povo de Deus, da Arquidiocese de Campinas. Algumas vezes apresento, também.
REVISTA TB?
Sim, temos que fazer de tudo hoje em dia.
QUAL É?
Escrevi para a Empregos e Empregados crônicas e reportagens, mas hoje escrevo apenas para a revista A Tribuna.
SOBRE O QUE ESCREVE?
Conto histórias.
HISTÓRIAS?
Sim. O espaço da revista onde escrevo é “BAÚ DE HISTÓRIAS”.
ENTÃO ESCREVE SOBRE O PASSADO?
As vezes.
AS VEZES?
Isso. Passado, presente e futuro. A Arquidiocese de Campinas tem 100 anos de história, então busco acontecimentos, pessoas, objetos, lugares e conto histórias.
INTERESSANTE!
Sim, é incrível. Acabo descobrindo cada coisa...
BOAS?
Sim, boas, ótimas, outras ruins, tristes, curiosas...
SITE TB?
Sim, o site da Arquidiocese de Campinas. Textos, notas, notícias, campanhas, etc etc.
BLOGS? VC CURTE ISSO?
Sim. Acho uma ótima ferramenta de comunicação.
DE COMUNICAÇÃO OU VAZÃO PESSOAL?
De tudo. Aliás, acesse FalaGuri.
FALA... FALA O QUE?
FalaGuri. www.falaguri.blogspot.com. Esse é meu blog.
GOSTEI.
Eu tb... brincadeira.
SOBRE OQ VC ESCREVE?
São crônicas, perfis, cenas do dia a dia.
TEM HUMOR?
Sim. Algumas são engraçadas, outras irônicas. Tem outras de situações inusitadas ou surpreendentes... e tem algumas de chorar.
DE RIR?
De rir e de emoção.
E AINDA DA TEMPO PRA ASSESSORIA?
Com certeza.
QUAL ASSESSORIA?
Na Arquidiocese de Campinas. É onde faço o programa de rádio, a revista, o site... mas trabalho com a assessoria tb.
CARAMBA!
É, não é mole não.
E TV?Isso.
Um programa de Tv.
QUE PROGRAMA?
Biosfera – ações e atitudes sustentáveis para o seu dia a dia.
ONDE?
Canal 8 da net. Blog www.biosferatv.blogspot.com ou youtube.
CONTATO?
fachini.ds@gmail.com
VC É...
Repórter e produtor do programa. Mas tb sou um dos fundadores desse projeto.
LEGAL.
Legal né?
SIM. PARABÉNS.
Mais... Algo?
FOI UM PRAZER.
Igualmente.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO.
Falow.
E TEM A PÓS, NÃO?
Sim.
TAVA ESQUECENDO.
Percebi.
EM QUE MESMO?
Jornalismo literário.
GOSTA?
Muito.
O QUE É?
É uma forma nem melhor e nem pior de fazer Jornalismo. Mas é diferente. São histórias de vida. É tudo real. Não existe ficção, apesar de ter “literário” no nome.
SÉRIO?
Muito sério. Há ótimos escritores nessa área.
E VC, JÁ FEZ ALGO?
Sim. Meu primeiro texto foi publicado no maior portal de JL do Brasil.
QUE ÓTIMO.
Muito.
PARABÉNS.
Posso passar o texto?
A CLARO, PODE.
Então. É a história de um PAI SOLTEIRO ADOTIVO.
SOLTEIRO?
Sim.
QUE INTERESSANTE. É O PRIMEIRO QUE CONHEÇO.
Vai conhecer, é só ler o Perfil publicado no www.textovivo.com.br e entrar na página PERFIL. Ou nesse link aqui http://www.textovivo.com.br/detalhe.php?conteudo=fl20090922165922&category=perfil que vc vai disponibilizar para seus internautas depois.OK.
O.K. SÓ CLICAR AQUI http://www.textovivo.com.br/detalhe.php?conteudo=fl20090922165922&category=perfil
Isso.
VALEU.
Terminamos?
SIM. AGORA SIM.
Obrigado.
MAGINA.
Abração
FALOW

domingo, 11 de outubro de 2009

Perfil: O PAI ADOTIVO

O PAI ADOTIVO

Gurizada

Confira no site
www.textovivo.com.br o perfil “O PAI ADOTIVO”.
Esse foi meu primeiro texto de Jornalismo Literário publicado no maior portal de JL do Brasil.
O link direto par ao texto pode ser acessado clicando aqui.

O perfil é de um pai solteiro adotivo. Gilberto adotou uma menina de 4 meses. Assumiu a paternidade e pelo amor à beleza humana que encontrou em Ana Luza, a menina jambo que conquistou o coração do pai adotivo.
Uma história emocionante. Um exemplo de vida.

Logo será publicada aqui no blog também.
Por enquanto, você confere no
www.textovivo.com.br na página perfil.

Abs
Fabiano Fachini

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Baú de Histórias I

Sustos e badalos

Por Fabiano Fachini

O sino toca e ao invés do sinal da cruz em agradecimento, mãos se perdem entre braçadas e passadas aceleradas. Entre gritos e pedidos de salvação, os fiéis correm da praça da Vila São Carlos, atual Campinas. O fato ocorreu em 1832 e, no livro Ontem e Anteontem, de Julio Mariano, o fato é narrado assim: “em dado instante, como que movidos por uma só idéia, povo, soldados, serventuários do Fórum, autoridades, juízes, em confusão, aos gritos, correram para todos os lados”.


O sino havia tocado sozinho, no exato momento em que davam o veredito do julgamento do Pe. Joaquim Anselmo de Oliveira, que na época havia sido acusado de roubo de um objeto de prata - fato forjado por latifundiários da região, que queriam ver o padre abolicionista longe dali.

No 27 de novembro de 1835, muitas pessoas se reuniram em frente a Matriz da época, atual Basílica do Carmo, e ouviram o juiz inocentar o padre. No veredito final, ouvem-se as badaladas do sino, e, como não havia ficado um fiél sequer longe da praça, só podia ser obra divina, assombração, um sinal para os pecadores.

Mas o susto foi ainda maior quando, alguns corajosos decidiram averiguar o sino. “Uma vaca branca mastigava o cânhamo do sino. Milagre! Castigo! Misericórdia, Senhor! E muita gente fazia, às pressas, o sinal da cruz”, relata o livro. Aos curiosos, tranqüilidade, pois o sino, na época, ficava mais baixo do que é hoje.

O padre acusado ainda ficaria na história, não mais pelo fato incomum, mas pelo batismo. Alguns anos depois, Anselmo voltou para a matriz, e, em 1838, batizou um menino entre muitos, mas que se tornaria o grande maestro Antonio Carlos Gomes.

Texto publicado na revista ATribuna, órgão oficial da Arquidiocese de Campinas. Nesta revista, sou colaborador, desenvolvo o projeto "Baú de histórias". Esta foi a publicação número 1, logo você poderá ler as outras edições aqui no blog.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Baú de Histórias

Precisa de Algo dona Maria?
Apenas que venham à missa...

Por Fabiano Fachini

Me sinto feliz por poder servir. Olha que lugar bonito. Vou preparar tudo bem bonito para a missa. Agora não tem ninguém, mas logo vai chegar. Senão, nós rezamos nós mesmos. Não tem problema. A capela tá fechada pra reforma, mas esse lugar é divino. Olha que sol lindo, tem o verde, a água do lago, os pássaros...

Enquanto fala, a negra de muita história e mãos firmes, aos 63 anos, organiza o altar no ripado do Parque Ecológico Monsenhor José Salim, distrito de Sousas, em Campinas. Traz de casa as flores. Junto com as margaridas, coloca ramos verdes. Um vaso lindo. Separa as velas e a cruz. O altar está pronto, não fosse a dificuldade em firmar a vela no castiçal e colocar o crucifixo no centro da mesa. Afinal, eram duas mesas redondas e o vão do meio impedia o equilíbrio.

Dona Maria José Aparecida de Paula é a terceira geração da família a morar Parque. Hoje vive com o pai de 87 anos e os filhos na antiga casa da família. Aos 42 anos de matrimônio com um homem devoto e batalhador, lembra que começou a namorar na noite de São Pedro, e agora convive com as lembranças. Afinal, tem um ano que toma conta da capela do Parque Ecológico, e esse um ano será celebrado também no dia de São Pedro.

Em 2007, quando o esposo Benedito Aráudo de Paula faleceu, dona Maria se apegou ainda mais a fé. Como vive dentro do Parque, assim como as gerações passadas, ela freqüenta a capela ali construída. Outra senhora tomava conta, mas há anos não eram feitas missas. E foi a partir do momento que Dona Maria assumiu a capela, há um ano, que elas voltaram a ser celebradas.

Dona Maria é a secretária, a ministra, a fiel, a amiga... Todos a conhecem, e prometem para ela, e não para o padre, que voltarão no próximo terceiro domingo, para participar da missa.
Voluntária, dona Maria limpa a capela e deixa tudo em ordem. Os visitantes do Parque se impressionam com a negra de “muitas histórias”. “Me param pra tirar foto enquanto limpo a capela. Eu digo não! A capela é mais bonita, mas quando vejo tão tirando de mim com a vassoura na mão” conta sorrindo.

Um sonho ainda por realizar se mantém vivo. Ela quer colocar um tapete vermelho na capela. Da porta até o altar e, por traz do altar. Como? “Com o dinheiro da oferta”. “Mas e as velas dona Maria”, pergunto curioso. “Tudo vem do meu bolso. E olha, não me faz falta alguma”, sorri.
Do bolso de Maria, vem as velas, as flores, o presente “discreto” que ela entrega ao padre no final da missa, e o divino bolo de banana para um lanche após a missa. O mesmo bolo que ela vende na ferinha aos domingos no Parque.

A missa tem início. São quatro pessoas. O padre, uma senhora que aguardava a filha voltar da ginástica e eu, repórter. Mas, logo chegam mais pessoas, e cada um é acolhido com um rico e aconchegante sorriso da humilde e simples dona Maria. Na benção do padre, já eram 18 pessoas. Destas, seis crianças encantadas com o bolo da vovó na hora do lanche.

Na capela, alguns acreditam ser a imagem de Nossa Senhora do Destero, outros Nossa Senhora do Socorro, mas o importante, como ela conta “é ter onde fazer a missa”. A capela está sendo reformada, e a única tristeza de Dona Maria é ter que fechar a capela. Mas é provisório. Em agosto ela pretende voltar a limpar o altar e continuar a sonho do tapete vermelho, enquanto espera a todos para o terceiro domingo do mês participar da missa.

Precisa de algo Maria?

“Apenas que venham à missa”.

Texto publicado na ediçãode agosto, da Revista A Tribuna.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Biosfera estreia no Canal 8 da Net


BIOSFERA NA TV

Estreia hoje, dia 5 de agosto, às 21h30, o programa Biosfera – ações e atitudes sustentáveis para o seu dia a dia. O programa é uma parceria de cinco ex-alunos Jornalismo da PUC-Campinas com o Canal 8 da NET.
O Biosfera é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), de 2008, dos ex-alunos da PUC Campinas Diego de Souza Geraldo, Fabiano Fachini, Fernanda Bugallo, Luis Corvini e Thiago Toledo de Araújo.
O programa aborda reportagens sobre Desenvolvimento Sustentável, tratando de temas relacionados a economia, cultura e meio ambiente.
O primeiro programa exibirá cinco matérias: caixas de leite longa vida que são transformadas em telhas; o primeiro supermercado sustentável do Brasil; a reutilização do bagaço da cana para a produção de energia elétrica; o quadro Ciência e Tecnologia com o assunto da moto elétrica; e o turismo sustentável em Bonito-MS.
O Biosfera será exibido semanalmente, com renovação de conteúdo a cada 15 dias. O programa inédito vai ao ar às quartas-feiras, às 21h30. As reprises são aos sábados, às 22h e aos Domingos, às 11h.
No final do ano passado, o grupo do projeto Biosfera ficou com o 1º lugar do Prêmio Bosch de Jornalismo, que premia os melhores trabalhos de conclusão dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas.
Para saber mais novidades do programa, acesse o blog do biosfera, onde toda equipe participa com publicações diárias. Conheça os bastidores do programa e as novidades no mundo da sustentabilidade. O endereço é http://www.biosferatv.blogspot.com/ em breve lançamento do site.

Acompanhe a reportagem de Fabiano Fachini, autor do Blog FalaGuri e repórter do Biosfera:

no youtube ou abaixo:



Contato:
biosfera.ds@gmail.com
ou equipe:
Diego de Souza Geraldo – diegogeraldo.ds@gmail.com
Fabiano Fachini – fachini.ds@gmail.com
Fernanda Bugallo – fernandabugallods@gmail.com
Luis Corvini – corvini.ds@gmail.com
Thiago Toledo de Araújo – thiagotoledo.ds@gmail.com








domingo, 12 de julho de 2009

Cocozinho de cachorro



Um alerta

Em lugar inadequado, cocô de cão não ajuda o meio ambiente

Por Fabiano Fachini

Muitos sabem do meu propósito ambiental, ou mesmo do meu projeto “Biosfera”, desenvolvido com outros quatro jornalistas (diplomados).
Então, quando falamos em Desenvolvimento Sustentável, sustentabilidade, consciência ecológica... não estamos falando apenas de grandes projetos. São as pequenas ações que fazem a diferença. Sim, elas fazem. E como fazem meu caro!
No entanto, antes de partirmos em busca consciência ecológica, a educação e o senso crítico da responsabilidade com a limpeza devem ser adquiridos. Caso contrário, situações PERTURBADORAS acontecerão. Para você ou para os outros.
O que esse louco aí quer dizer? No mínimo, você está se perguntando isso, meu caro leitor. Pois bem, quero dizer que as pessoas devem jogar o lixo no local certo e, antes disso, separá-lo na sua própria casa. Quero dizer que ao andar na rua e comprar uma bala ou um salgado, o papel deve ser jogado no lixo, e não no chão. Que, se o galho verde está na árvore, é porque é para ele estar lá, então: NÃO QUEBRE!!!
E, PRINCIPALMENTE, aos que tem cachorro:
Recolha o “cocozinho” do seu dog.
Tem nojo? Então porque tem cachorro? Ou melhor, se você que é dono não gosta do cocô do seu próprio cão, imagine EU e as pessoas que andam por aí e não tem nada haver com seu cãozinho. E, muito menos com o cocozinho dele.
Não falem que o cronista enlouqueceu. Oras! Que sejam abençoados todos aqueles que já meteram o pé em algo desagradável. Se fosse do contrário, sobrariam bênçãos.
Aliás, já viram quantas pessoas andam com seus belos dogzinhos aí pela cidade, e estes fazendo suas necessidades a torto e direito? Mole ou duro, fedido e muito fedido?
Quantos recolhem? Alguns, mas rezo, e rezo com ardor, para que seja a maioria. Ou que um belo dia seja.
Só para que não digam que escrevo sem fatos (ou fotos), aí está a cena da mocinha, bonita por sinal, que após correr duas quadras encontrou um lugar para seu minúsculo cãozinho deixar um minúsculo cocozinho. Olha, cheguei a pensar que ela estava fugindo de um assalto, tão rápido eram seus passos e o desespero do cãozinho.
Mas, enfim, um pequeno jardim. O jardim do VIZINHO. E lá, os dejetos fecais ficam expostos, a luz do dia, para quem quiser conferir, olhar ou pisar. QUE NÃO SEJA EU!
Moral da história: o cocô permaneceu lá, adubando as flores. E a HIGIENE? Está na casa dela, só pode, porque nas ruas é que não está. E a EDUCAÇÃO? Bom, essa é uma longa história, e justamente por ser longe é que ela se perdeu.

Foto de Fabiano Fachini. Tirada com celular, mas ainda dá pra ver a ação do cão. Sófaltou mais foco pra mostra o rosto da dona do cocozinho perdido. Até pensei, que tal embalar e mandar por sedex como devolução de objeto perdido? Sim, fiquem tranquilos. Na mão esquerda ela não tem uma sacola.

sábado, 11 de julho de 2009

FalaGuri - VejaGuria - OuçaGurizada - I

Na telinha do cinema VIDA


Que tal assistir “A PESSOA É PARA O QUE NASCE”?
Conhece?
Se sim, estamos juntos. Se não, POR FAVOR, CORRA ASSISTIR!
Como alguém pode não ter visto essa história fantástica?
O filme é transformador, quer dizer: as três personagens são transformadoras.
A beleza do filme está na simplicidade com que a vida das três acontece, seguindo seu percurso natural.
Nada de efeitos grandiosos, Nada de filosofias hipócritas, pois a vida naturalmente vivida e sentida é suficientemente fantástica, filosófica, grandiosa, incrivelmente doida. E o melhor: transformadora.
Quando um filme muda quem o assiste, aí sim ele é importante.

Questões impossíveis de citar:
Como lidar com o amor? Coma paixão, como acontece entre o diretor e uma das irmãs?
A nudez, no final do filme, foi necessária?

Mas calma. Iso não atrapalha, em nada, a beleza da vida.

Parte técnica:
Nome: A pessoa e para o que nasce
Gênero: Documentário

Duração: 84 min.
Direção: Roberto Berliner
Roteiro: Maurício Lissovsky
Fotografia: Jacques Cheuiche
Sinopse: São irmãs. São três. São cegas. Unidas por esta característica incomum do destino, elas viveram toda sua vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas nas cidades e feiras do Nordeste do Brasil, a região mais pobre do país. Um flagra na vida das três. A verdade dos amores. As dores da traição. A fama. A Miséria e a Arte da VIDA.


por fabiano fachini

News - mudança nas postagens

Agora, algumas mais rapidinhas

Algumas vezes espero um bom tempo para publicar.
Acredito que o blog fica um pouco “padrão” demais.
Só os textos prontos vêm pra cá.
Bom, como sempre, é hora de inovar.
Alguns posts mais curtos, mas rápidos, mais “momentos” passarão a fazer parte do “FalaGuri”.
Pq?
Simplesmente, as vezes, as coisas tem que ser ditas rapidamente, caso contrário, elas se perdem entre as borbulhas dos pensamentos.
Ok!
Caso ache melhor não, comente. Mas acredito que ninguém mais vai se deparar com o mesmo texto por aqui.
Na dúvida, é só acompanhar os MARCADORES...
Entre eles:
Crônicas; Pessoal; Cenas do dia a dia; Baú de Histórias; Crônica Novela; News; Perfil.
Logo no próximo post, uma explicação dos marcadores, ok?
Abs
FalaGuri
fachinif@gmail.com

terça-feira, 7 de julho de 2009

Baú de histórias

Ruínas da história
Contam que na “estrada da Abolição”...

Uma capela, um tumulo, um negro, um sacrifício e uma goiabeira fazem parte de uma história de milagres. No imaginário popular, uma questão de fé e piedade. Na história, resquícios do Brasil escravista.

Narram as pessoas de mais idade, que a atual capela Nossa Senhora da Penha, antes “Santa Cruz do Fundão”, erguida na região do bairro Ponte Preta, ainda no tempo em que era conhecida como região do “fundão”, mas hoje “Estrada da Abolição”, foi palco de uma história intrigante envolvendo a fé e um escravo.
Condenado ao tronco, o escravo desesperado procurou proteção junto a um vizinho e amigo do seu amo. Mas o que o menino negro não contava, era que o homem rude e perverso o trairia. Sorrindo, o senhor ouviu a história do “negrinho”. Com maldade nos olhos e sorriso nos dentes, o senhor escreveu o bilhete a pedido do menino. Analfabeto, como tantos outros escravos, o “negrinho” saiu feliz com o bilhete em mãos.
Já a caminho de casa, o escravo ansioso por ouvir o pedido de perdão escrito pelo senhor ou desconfiado, não se sabe, pediu a um jovem que cruzou seu caminho, ao voltar da escola, que lesse o bilhete. Então a surpresa. Em poucas palavras uma sentença de morte por tentar escapar do castigo tão merecido.
Sozinho, o menino partiu para longe do estudante. Ao ficar sozinho, enforcou-se em uma árvore onde hoje está a capela. O tumulo do “negrinho”, coberto de pedras e ornamentado com uma cruz foi construído ao lado da árvore.
A capela foi erguida, não se sabe o ano, e no local eram realizadas grandes festas também. Em 1875 o proprietário do imóvel Custódio Joaquim Prado assinou um ofício e entregou à Câmera Municipal a capela. Dizia estar cansado das arruaças.
A capela ficou fechada por longos anos.
Até 1932, a capela chamava Santa Cruz do Fundão, mas com a restauração, mobilizada por católicos, passou a se chamar Nossa Senhora da Penha, pois uma imagem da santa foi doada por uma fiel, que a trouxe intacta de outra capela em reunias onde foi pagar promessas.

Nas obras de restauro, o milagre aconteceu. Foi determinada a moção da goiabeira, e quando os galhos foram cortados, a árvore começou a chorar. Das lágrimas, curas aconteciam. Essas lágrimas, que contam não eram resina, em contato com ferimentos e tumores provocavam a cura instantânea.
Hoje não se encontram mais lágrimas dos galhos da goiabeira, e a capela está em ruínas. Tombada como patrimônio de Campinas, pelo Condepacc, e sem um dono previsível até o fechamento desta edição, a capela aguarda por cuidados e restauro. Quanto as lágrimas, dizem que duraram um mês, até que uma mulher ambiciosa começou a vendê-las.
E hoje, quem chora, é a abandonada Nossa Senhora da Penha. Esquecida, suas lágrimas se perdem em ruínas. E a fé dos homens ficou para traz, com o espetáculo das lágrimas.


Texto publicado na Revista A Tribuna (ANO100 Nº3.861-MAIO DE 2009). O quadro "baú de histórias está em sua 5º edição. Esse texto é o de número 03, do espaço Baú de Histórias. Fabiano Fachini. Fara contato fachinif@gmail.com

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diploma de Jornalista

Eu, Fabiano
ofereço, a partir de hoje
serviços de:

Culinária... Temos a sopa de letrinhas. Olhem só!!! Está boiando um “J”... Olha lá um “o”... Tem mais um “r” ali perdido... Veja tem a silaba grudadinha “na”... Ainda tem bem no fundo da panela um “L”... Hummm difícil, mas é o “i”... Olha a cobrinha “s”... Veja, é mais uma sílaba juntinha “ta”. Deixa ver... ahhh entendi, é aquilo que todo mundo faz, melhor, é igual a ser pobre: sempre tem quem é, será, e já foi. É “jornalista”. Fácil, não?

Advocacia... Vossa Excelência, se eu lhe resumir em 3 linhas o que está em julgamento, o senhor dá parecer favorável ao meu cliente? De exato o juiz faz cara de desconfiado, mas acha impossível que o advogado faça isso. Afinal, o caso é complexo. No entanto, pensa baixo o advogado: mal sabe ele que já fui jornalista e usarei a técnica do lead (risos da bruxa malvada). Resultado: absolvido.

Arquitetura... Sim, fique tranqüilo. Os empregados seguirão minha ordem. Se eu entendo de números? Claro, sou um expert em medidas. Até mais. De volta à obra: senhores, vou passar as medidas pra vocês erguerem esse prédio. Esta parede terá em torno de 52 metros. Algo aproximado. Já esta da frente, terá uma cobertura diferente, então coloca uns 3 ou 5 metros a mais. Mas senhor, assim é complicado. Fique calmo. Confie na construção e nas minhas palavras. E dica: o que não for muito interessante, joga pro fundo da obra. Melhor, deixa pro final. Tudo fica de pé, e quem cai não somos nós. Mas fica claro que isso jamais acontece.

Design... Fique tranqüilo. Está comigo, está com DEUS: o designer da terra... Olha, vamos trabalhar com a arte da palavra. As dimensões das letras e dos sentidos e significados. Vamos viajar de ponta a ponta com este logo. (início {.[.{.[,{,[,{.[,{[{;}~];}~];};]~}~;]}]} FIM). E claro, como todo designer tenho projetos de cadeiras. Sim, umas são ótimas: cadeira para macho, para mulher, para viad... digo, para torcedor do são paulo. Sua empresa vai aos céus!!!

RP &PP... Faço, com certeza faço. Além de PP & RP já fui jornalista, esqueci, todos são. Desculpe a heresia. Mas confie. Ao menos você não terá erros de português na frase. Boa vantagem, não? E o evento então... conheço uma por uma das personalidades. Vou chamar cada um pelo nome conforme você pediu.

Administração... Administro seu negócio como administrava meu texto: tira daqui, põe ali. Apenas trocar: diminui texto, por diminui salários; seja objetivo, por seja taxativo; e assim por diante que no final teremos lucros.

Psicólogo (incluso auto-ajuda grátis)... Pode falar, eu te escuto. Se quiser, te entrego uma versão escrita de seu monólogo.

Confissão no lugar do padre (sim, pois eles têm diploma pra isso)... Caso esteja envergonhado de contar seus podres para uma santidade, conte-os para mim. No máximo, vou rir com eles na mesa de um bar com uma gelada e a turma do futebol. Se for caso de traição, quem sabe não marcamos um chope e você dá o troco no marido?


Professor... Ensino de tudo. Matemática, português, inglês, geografia, redação e até mesmo a complicada ética. Sim, afinal, ética vem do berço. Não é assim que se fala por aí?
Médico... Com vantagens: atendo na sua própria casa e cobro a metade do preço. Afinal, é como o lead 3Q+COP: Quebra, Quebra e Quebra de novo... Depois Corta, aí Organiza. E, no fim, é só Prender tudo junto. Fácil.

Candidato-me a um cargo no STF... Estou disposto a assumir um cargo na zona. Afinal, na zona, todos ganham. A puta ganha dinheiro e moradia; o chefe ganha mais dinheiro e sexo grátis; os visitantes ganham prazer; os psicólogos boas histórias e dinheiro; e...

...

Afinal, se todos podem ser Jornalistas e fazer o que eu faço... Porque diabos não posso fazer o que os outros fazem?

OBS: o fim da obrigatoriedade do diploma é uma sacanagem. É como comer uma prestadora de serviços eróticos públicos e não pagar; é como chamar o amigo pra ver jogo em casa e oferecer cerveja quente; é como tirar picolé de criança; é como enfiar o dedo no bolo de aniversário do outro antes ainda dos parabéns; é como ser enganado ao sair com três mulheres que na verdade não eram mulheres...
O diploma é necessário e ponto final. Argumentos? Será que precisa de argumentos? Toda profissão deve ser regulamentada para acolher e valorizar aqueles que prezam pela ética e pela boa execução de seu trabalho.

---depois apresento as demais profissões a que me candidato a exercer.

gracias

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Cena III

Uma piada na contramão

Local: Barraca de cachorro quente da prefeitura
Envolvidos: um casal santo e o piadista
Vitima: a sogra


Uma mulher mais ou menos santa. Aparenta 3 décadas de vida. Veste um escuro vestido longo e uma branca camisa de gola, que esconde um crucifixo. Na mão direita, apertada contra o peito, uma bíblia de capa azul e de zíper. Apenas pude ler “Novo Testamento”.
Na mão esquerda, com uma aliança dourada, a mulher segura firme a mão do marido, um negro fino, bem fino, mas elegante. Usa sapatos pretos, bem engraxados e calça escura social. Cinta preta e de fivela prata sem marca alguma. Ele vestia ainda uma camisa social manga longa, abotoada nos punhos e fechada na gola por um nó simples da sua gravata azul. Dele, o que chama a atenção não é a pouca idade, mas o ralíssimo bigode, o qual com a mão esquerda esfrega diversas vezes.
- Vim de Piracicaba para provar seu cachorro quente.
- É mesmo? Responde com ar de brincalhão o dono da barraca.
- Meu amigo falou: o cachorro quente da prefeitura é o melhor.
- Não sei não se é não! Responde entre sorrisos.
Interessante como a localização da barraca deu nome ao cachorro quente. O hot dog é vendido em uma das esquinas da prefeitura. Reúne, diariamente, centenas de pessoas loucas por um pão com salsicha, molho, mostarda, maionese, catchup, milho, ervilha, purê de batata...
O diálogo aconteceu após um longo tempo de espera na fila. A frente do santo casal, 15 pessoas. Atrás, outras muitas.
- Me faz dois cachorros quentes.
- Normal?
- Isso mesmo. Aliás, aproveita e faz mais um pra eu levar pra sogra.
- O dela é normal?
O tom foi provocativo. Mas certeiro como pedrada em balão de vespas. Um minuto de silencio do casal e umas boas gargalhadas do vendedor de dog’s. Já a mulher, reprovou a brincadeira. Na expressão da face, parecia dizer:
- Não quero mais. Fique pra você esse pão com salsicha!
E, se posso contar, parecia que saíria batendo nele com a bíblia.
Palavrão? Não, ela era santa demais para isso. Porém, quase... Já o marido, cabisbaixo, sabe que o silencio é a melhor defesa.
- São seis reais. Cobra o piadista de esquina.
- Aqui está. Responde o esposo amedrontado.
Enquanto o homem paga, a mulher desenlaça os dedos do marido e vai deixando sozinha o lugar. Uma leve, ou melhor, uma forte expressão de raiva a acompanha.


Por Fabiano Fachini

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Baú de Histórias IV

Tic-tac... tic-tac
As horas que passam no compasso da fé

Por Fabiano Fachini

- Que horas são?
Ela se volta para o alto, em direção a catedral, e aponta de leve, com a mão cansada, e num atento olhar de respeito exclama, entre um leve suspiro:
- São sete horas, moço.
A hora perguntei de propósito e escolhi, a dedo, a pessoa de quem queria ouvir a resposta. Era hora da missa matinal, na Catedral Metropolitana de Campinas.
O relógio no alto da fachada, entre duas grandes janelas em arcada, fica de frente para a Praça Nossa Senhora do Carmo, também nome da matriz. Ele marca o passar do tempo, da história, da vida e do cotidiano dos campineiros e dos filhos adotivos que se instalaram por aqui.
Enquanto muitos passam e fazem o sinal da cruz, outros apressados e desconfiados olham a hora. Milhares de pessoas passam diariamente por ali, algumas a trabalho, outras entram para a missa e, outros, para uma breve benção.
Mas esqueci, tem os “desconfiados”, os que duvidam do relógio. Duvidam da hora, dos minutos e dos segundos que ele aponta, devido a sua idade avançada. Duas certezas: abaixo, à sua esquerda, tem uma águia e, à direita, um pelicano. A outra, é que às 12h ele aponta para o céu, mas antes para o Sino Baía, que faz parte da história da matriz desde 1847. Além disso, Mário Renato de Miranda, um senhor de boa idade, cuida do relógio há quatro décadas. Responsável pelo novo sistema do relógio, que desde 1992 não precisa mais ser movido à manivela, Renato já conhece a batida compassada do pêndulo e garante, com a firmeza que só a experiência dá aos homens: “a hora dele é certa”.
Voltando ao relógio, símbolo do tempo, ele foi instalado no ano de 1880. O mecanismo é tão complexo quanto sua origem: desconhecida. É um conjunto de motores elétricos que eleva seus contrapesos; depois movimentam a máquina do relógio e acionam o mecanismo do carrilhão. Assim, os ponteiros do lado de fora orientam as pessoas, que nem se dão conta do complexo emaranhado de peças engraxadas que fazem as horas romanas passarem. Mais de uma década marcando o compasso da fé em Campinas.
E a senhora?
Ela entrou na missa, sem dizer o nome. Era baixa, cabelos brancos, óculos dourados de vovó, uma cruz no peito e um terço apertado entre os dedos.

Texto publicado na revista ATribuna, órgão oficial da Arquidiocese de Campinas. Nesta revista, sou colaborador, desenvolvo o projeto "Baú de histórias", que já está em sua quarta edição. Esta foi a publicação número 4, logo você poderá ler as outras edições aqui no blog.






Fotos: Fabiano Fachini

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Cena II

Companhia para sexo

O senhor de idade é abordado pela mulher e numa rápida conversa sai da Estação da Luz e corta a rua. Ela apressada, já o senhor de idade anda devagar com as limitações da idade. A mulher conversa com o senhor em tom baixo, mas as mãos falam alto. Ela faz fortes gestos. Gestos bruscos para chamar a atenção das amigas que continuam na porta da Estação. As duas moças começam a rir. Esnobam o senhor que acabara de atravessar a rua apoiado no guarda-chuva e acompanhado da cafetina.
Entram numa lanchonete. As duas moças, provavelmente prostitutas, seguem sua caminhada, fazendo da entrada da Estação uma “passarela da carne”.
Na lanchonete nenhum movimento. O idoso não sai, muito menos a cafetina. Ela vestida de roupas masculinas, com um sobre tudo, também não retorna da lanchonete. Passa um... dois... dez minutos e nada. Nem as duas moças da Estação vão para o bar e nem o senhor e a cafetina saem de lá.
Uma caminhada e, na frente do local, não se observa nada. Os dois sumiram. O local tem pessoas comendo salgados; outros na mesa bebendo; outros pagando a conta, mas ninguém encontra o senhor de idade e a possível cafetina. Eles sumiram. Abduzidos, talvez.
Nada de rever se o senhor de idade se satisfez com o que encontrou lá dentro. Nada de saber como sairia do encontro o homem de muita idade que cortou a rua com cara de quem ia pela primeira vez em busca desses serviços.
Ele estava surpreso. Não se sabe se por procurar esses serviços ou se pela forma como foi tratado pela cafetina. Ela pelo contrário, já tinha o “jeitinho” de vender o produto. Nada de timidez, mas muita ousadia. Já ele, entre o riso de safadeza e de conquista, estava o semblante de medo, como criança que faz travessura e procura olhares de apoio ou reprovação.
O que quero?
Sexo?
Companhia?
Prazer?
Por pouco dinheiro, devem custar pouco, pois eram fáceis e feias. Então, ele conseguiria o que procurava?
Sexo conseguiria, se tivesse ereção; se tomasse ou já havia, quem sabe, tomado a pílula azul.
Prazer? Talvez ele, pela realização. Já ela, prazer pelo dinheiro, pois deve ser rotineiro e forçado, então sexo é comum para ela.
Companhia? Sim, por uns minutos. Mas no fim, sairia como chegou: sozinho, como tantos outros senhores e senhoras são obrigados a viver a velhice. Sem pai, mãe, filhos, amigos, vizinhos, amores e sem prostitutas, alguns. E a rua atravessada com presteza pela idade do senhor, continuava lá, com outros mais moços, mais velhos, mais fortes, mais magros, mais altos ou baixos fazendo a travessia para a Estação, para o ônibus, para o lanche e para o sexo.
Sim, para o sexo também.

Cena I: na Estação da Luz, em São Paulo – SP, no sábado, dia 25 de abril, entre 9h20 e 9h50 da manhã.
..... Por Fabiano Fachini
OBS: Também publicada em http://inimigosdolide.wordpress.com/

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Escada da Vida (cap.3)

A primeira entrevista e o primeiro emprego

Nas últimas edições o jovem Juliano lutou pela concretização do sonho. A jornada não acabou, mas novas etapas foram vencidas. Agora, já havia entregado currículos e começado um curso profissionalizante. No último capítulo, ele estava frente a frente com sua primeira entrevista de emprego. Ansioso, busca vencer os medos e conseguir o primeiro emprego em informática. (confira cap.1 e cap.2)


Juliano estava diante da primeira entrevista de emprego. Ao chegar ao prédio da empresa, subiu calmamente as escadas e apresentou-se para a entrevista.
-Fique a vontade. Junte-se aos outros candidatos. - Indicou a recepcionista.
- Mais candidatos? - Pensava alto. Como poderia ter mais pessoas no mesmo dia. Alguns mais jovens outros mais velhos, observava atento, enquanto sentava-se ao lado de outro candidato, em um sofá confortável.
O concorrente era mais bem preparado. Em minutos de conversa, Juliano percebeu que o seu colega tinha formação superior, cursos e experiência em outras empresas. Nervosismo. As mãos de Juliano começaram a suar frio. Os outros foram chamados, ele havia ficado por último.
Procurou acalmar-se. Bebeu água e lembrou-se de leituras que havia feito. “Na entrevista, seja natural. Mantenha a calma”. A frase soava leve na sua mente. Mais tranquilo, conversou com a recepcionista. Foi simpático e fez uma nova amizade.
- Próximo, por favor.
- Sou eu, Juliano. - Respondeu com voz tranquila ao chamado que veio da sala de entrevista.
- Sente-se, por favor.
- Obrigado.
- Você é o Juliano, é isso?
E assim começou a tão temida entrevista de emprego. Foram alguns minutos de questionamentos e respostas. No fim, um bate papo e um elogio para o candidato.
- Você sabe realmente o que quer. Parabéns.
Sorridente, Juliano deixou a sala de entrevistas, despediu-se da recepcionista e foi para casa. Era tarde da noite, e após uma conversa com os pais, a expectativa era poder conversar com Chico, seu amigo confidente.
- Aí vem o jovem da informática. - Brincava Chico ao ver Juliano se aproximar.
Uma manhã inteira de conversa. Juliano repetia de cor e salteado como foi a entrevista. Chegou à conclusão, junto com Chico, de que tinha boas chances.
A expectativa de ter o primeiro emprego tomava conta de Juliano. Enquanto trabalhava na montagem de computadores na sala de casa, o pensamento estava longe.
- Eu atendo! - Gritou o jovem ao ouvir o telefone tocar.
- Queria falar com Juliano, sobre a entrevista que ele participou em nossa empresa.
- Sim, sou eu.
Juliano colocou o telefone no gancho. Aos passos lentos foi para o sofá. Baixou a cabeça, e chorou. A mãe entrou na sala e viu aos prantos o filho no sofá.
- O que foi Ju? - Falou a mãe no ouvido do filho, enquanto erguia com a mão o rosto do jovem.
- Te chamaram meu filho? - Perguntava a mãe, já de olhos lacrimejados.
- Não, mãe. Eles não me chamaram.
Ao telefone, Juliano teve a primeira experiência de ouvir um “não” ao emprego que ele contava como certo, pois havia ido bem à entrevista e ainda recebera um elogio. Mas a falta de experiência e cursos havia tirado a oportunidade do jovem, que agora parte para uma nova etapa da vida: a busca pela profissionalização.

-- confira cap. 1 e cap.2

por fABIANO fACHINI

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Rapidinha


Gosto não se discute

No Terceiro Tempo, com Milton Neves, no domingo (08 de fevereiro), o bate bola caiu em um tema interessantíssimo: gostos.
E lá vem Ronaldo: “tem gosto pra tudo”.
Ele que o diga. Melhor do que ninguém para dizer isso. Aliás, sempre aprendemos esse ditado e outros tantos como: “gosto não se discute”.
Olha só, não precisa discutir o gosto, mas dá para aconselhar.
Mas voltando ao Ronaldo, um dos melhores conhecedores de “gostos”, ficou claro que a liberdade e a diversidade estão permitidas.
Mas é claro que faltou alguém pra completar o diálogo, pois em minha opinião está incompleto e garanto que muitos pensaram em dar continuidade ao bate papo do mesmo jeitinho.
Segue um bate papo sobre tudo entre jogadores, comentaristas e demais.
Ronaldo: “tem gosto pra tudo”.
Outro: “você que o diga, em Ronaldo!”

--- segue um longuíssimo e interminável riso ---.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Escada da Vida (Cap.2.)

Um novo horizonte no caminho dos sonhos

No último capítulo, o Jovem Juliano, rapaz simples e humilde, decidiu que apostaria tudo por um emprego em informática. Com auxilio do amigo Chico, dono de uma banca de revista, fez um currículo. A ansiedade tomou conta do jovem, pois nunca havia distribuído currículo e nem buscado emprego em grandes empresas. (se quiser você pode acessar o Cap.1, clique aqui)



- Mãos à obra. - pensou Juliano ao sair de casa, logo pela manhã. Mal acabara o café e já esta à porta de casa a despedir-se dos pais. O dia traria novidades para o jovem que pela primeira vez entregaria currículo com o objetivo de encontrar o emprego dos sonhos.
- Bom dia Juliano. Chegou cedo. - exclamou sorridente o amigo Chico enquanto entregava nas mãos de Juliano o envelope com as cópias do currículo.
- Como entrego um currículo, Chico? Mal dormi pensando nisso.
- Olha, seja você mesmo. Converse. Mostre-se interessado e dedicado. Fiz até uma sugestão de empresas para você entregar. Mas você vai ter que, ainda hoje, buscar um curso de especialização em montagem e manutenção de computadores e redes ou operação de computador. É necessário saber qual caminho você quer seguir.
- Chico. Eu gostaria de trabalhar com montagem de computadores, criação de sistemas. Eu sei fazer tudo isso. Aprendi com a leitura de revistas. Mas não tive prática. Espero que me aceitem nas empresas.
- Juliano. Vou te ajudar a bancar um curso básico. E até chegar seu primeiro convite de emprego, você vai trabalhar concertando pequenos problemas de computadores de pessoas que eu conheço.
- Muito obrigado.
- Agora corra. Está na hora de entregar currículo.
Aos passos lentos, Juliano seguiu olhando a lista de empresas que seu amigo havia indicado. Na primeira, entrou tímido. Tremia enquanto deixava na mão da secretária uma cópia do currículo. As palavras sumiram. Mal conseguiu dizer “tchau”.
Decepcionado com a timidez pensou em desistir.
- Quem iria chamar para a entrevista alguém que nem fala? - pensava desanimado Juliano, quando uma lágrima esquentou seu rosto. Forte, o jovem secou a lágrima. Ergueu o rosto. Olhou para frente e entrou em muitas outras empresas. A cada entrega de currículo, um novo Juliano surgia. Despojado. Comunicativo.
O envelope ficou leve. Acabaram os currículos, mas chegaram as dúvidas.
- Vão me chamar? Se chamarem, o que faço?
Fim de tarde e Juliano chega em casa. Aos pais, conta entusiasmado as mais diferentes experiências que teve ao entregar currículo. Secretárias educadas, outras não. Chefes que pegaram em mãos o currículo. E tantas outras mais ou menos engraçadas.
Passaram-se alguns dias e Juliano não havia sido chamado. Estava decepcionado. Mas seguiu o conselho de Chico, e começara o curso de operação de computador. Em casa, enquanto consertava um computador, o telefone tocou.
- Alô. Queria falar com Juliano.
Enfim, a primeira entrevista de emprego. Ansioso, Juliano correu contar para os pais a peara o amigo Chico. A primeira entrevista de emprego estava marcada para o final da tarde daquele mesmo dia, com o gerente da empresa.
Bem vestido e a passos longos Juliano saiu de casa em direção da empresa. Na esquina de onde faria sua primeira entrevista, os pensamentos começaram a embaralhar as frases prontas que o jovem havia preparado pelo caminho. Estava adiantado. Ansioso. Não sabia o que falar. A timidez da entrega do primeiro currículo lhe vinha à mente. Não queria que acontecesse o mesmo agora na entrevista. O sinal fechou. No embalo das pessoas, Juliano atravessou a rua em direção a empresa.
- O que me aguarda? - sussurrava baixinho Juliano, subindo degrau a degrau da empresa. Seria a primeira entrevista de emprego.
- Olá. Eu vim para a entrevista. - disse o jovem ao olhar para a secretária.

Continua na próxima edição.






(crônica publicada na revista Empregos e Empregados, Ano1/n3/out.nov 2008.)








fABIANO fACHINI

sábado, 17 de janeiro de 2009

Devaneio: quer apostar?

Na fila do dentista.
Secretária:
- Joe, sua ficha.
- Está aqui. Como está a dentista viúva?
- Como viúva? Ela não é viúva! Ela é casada.
- Quer apostar que ela é viúva?
- Ela não é viúva!
Dentista: - Olá. O senhor é o próximo?
- Sim, sou eu. Mas antes, meus pêsames dona viúva.
- O senhor está brincando?
- Não. Este retrato não é de seu falecido marido?
- Sim, é dele. Mas ele não é falecido.
- Quer apostar que é?
- Que apostar! Faça-me o favor! Estive com ele hoje pela manhã, no café.
- Quer apostar que ele está morto?
- Chega. Vou tomar água porque o senhor está me deixando nervosa.
- Quer apostar?
- Você quer ser atendido? Ou será que não está no consultório errado?
- Não. Quero apostar!
- Tudo bem. Vamos apostar.
Uma hora depois. Telefone toca na marcenaria do Francisco.
Francisco:
- Alô.
- Tudo bem Francisco? É o Joe, quer apostar?
- E você quer apostar que aqui é o Francisco?
- Daqui 4h vamos ao cemitério. Eu mandei mudar a foto.
- Você roubou o retrato?
- Não. Quer apostar que eu só peguei emprestado?
- Sei... vamos lá então. Ela vai?
- Quer apostar que sim?

fABIANO fACHINI

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Novo amor de mãe

- Puta!
...
- Que menina puta! Vagabunda, safada.
Segundos depois...
- Vai ser chegar em casa e eu te quebro a pau!
Milésimos depois...
- E ela sabe que eu quebro mesmo! Só não quebro aqui por que não tenho um pau na mão. Sua putinha, eu podia estar em casa, mas tenho que passar na escola e ver que essa puta se envolveu em confusão na escola.
Minutos depois...
- Com sua idade, minha mãe mandou eu limpar merda dos outros na privada dos outros.
Milésimos depois...
- Você quer fazer isso? Quer sua vagabunda? Mais uma dessas na escola, se eu já não tiver te aleijado, eu te coloco pra limpar merda dos outros.
Segundos depois...
- Se bem que aleijada é melhor! Pego e arrasto pra qualquer lado. Não me daria trabalho. Ia ficá num canto, sem incomodar ninguém!
Minutos depois...
- Que filha vagabunda que eu tenho. Que filha puta. Eu ainda te alejo!
...
Palavras fortes. Ouvi todas da boca de uma “mãe”, que cuspia injurias e criticas para a jovem filha que, acuada em sua pequenez, tremia ao ouvir a mãe gritar. Entre leves soluços, o queixo da menina tremia. Ela parecia não querer deixar transparecer o medo e a vergonha. Talvez a mãe não aturasse uma filha fraca.
Não montei as frases, nem as inventei. Elas estão frescas em minha mente, como se meu inconsciente cobrasse, agora, de mim, uma atitude que não tive, talvez por incapacidade, no momento da cena.
No ponto de ônibus, a mãe estava descontrolada. Parecia um “animal selvagem”. Os olhos estavam vermelhos. As mangas estavam arregaçadas. As mãos cerradas e os punhos apostos tremiam. De momentos em momentos, aquela que recebeu o título de mãe curvava as costas e olhava nos meigos e assustados olhos da filha. Chingava. Não gritava, mas berrava.
Enquanto eu esperava o ônibus 3.32, no ponto da rua "x", sentido Barão Geraldo, via nas pessoas o mesmo sentido de estranheza. Mas estávamos perplexos. Não conseguíamos agir. As pessoas que passavam ficavam assustadas, enquanto olhavam para traz e viam e ouviam a mãe esbravejar.
A dita mãe, não via nada além da filha. Como a presa de um leão, a menina de aproximadamente seis ou sete anos estava assustada, tremendo diante da mãe.
O ônibus chegou. Com dúvidas, entro e escolho um lugar próximo à janela. Tento observar se a menina está bem. Envergonhado da falta de atitude. Porém, não dá tempo. O sinal abre e o ônibus segue em frente.
Viajando em pensamentos, sou despertado pela conversa entre as duas senhoras sentadas à minha frente. Elas falam sobre um caso de violência contra criança. Era a morte do menino João, da região de Campinas.
As coincidências acontecem?
Talvez, mas sempre para despertar as pessoas para a realidade.
A mídia tem dado destaque para a violência contra as crianças. Primeiro, o caso Isabella. A história que despertou a fúria das pessoas à busca da justiça e a indecência das outras ao procurarem os holofotes das câmaras de televisão para conquistar o “minuto da fama”.
Até o momento, as respostas estão inalcançáveis. A “novela Isabella” não chegou ao capítulo final e já surgiu espaço para o seriado do menino de 5 anos morto no interior de São Paulo, Ribeirão Preto, que pode ter sido vítima da mãe e do padrasto.
Outras crianças, ainda bebês, são abandonadas. A menina nasceu prematura e após dois meses no CTI recebeu alta. Uma hora após ser retirada pela mãe, a menina estava dentro de um saco plástico a boiar na Lagoa da Pampulha. Casos conhecidos e que tiveram espaço até mesmo na mídia internacional. No entanto, há numerosos casos de violência infantil escondidos, mascarados pelas leis ou pelos autores.
De onde vem tanta violência?
Que crianças são estas que merecem a morte, o abandono ou as calunias da mãe que ganhou espaço na abertura deste texto?
Só há uma resposta para tanta crueldade: os culpados devem ser as crianças. Elas são insensíveis. Talvez não compreendam os pais, por isso mereçam agressões, castigos e abandono. Ora, bebês não são meigos. O sorriso de uma criança é incapaz de fazer um “bruto” sorrir. Crianças não se sensibilizam com quem sofre. Crianças não abraçam os avós. Os adultos, estes sim são conscientes! São capazes, realmente, capazes de incontáveis proezas.
Só mesmo a ironia para, talvez, esquecer a maldade que sofrem as crianças, pequenas presas de famintos selvagens.

---
todo diálogo aconteceu nas ruas de Campinas. O relato é real.

fABIANO fACHINI

Sete por 7


- Ele falou: “sai sua vagabunda”. E eu pedi para tirar meu filho e disse: sai Aline e tira seu irmão. Aí eu puxei ele e falei: o cinto está aqui, calma eu vou tirar. E ele: “não sua vagabunda, anda logo”. E bateu a porta e eu não pude fazer nada.
Palavras de mãe. Desespero. Dor. Tristeza. O fruto de seu ventre se desprendendo de suas fortes frágeis mãos. Dor de mãe... dor de pai... dor de irmã...
Por sete quilômetros o inocente João Hélio Fernandes, criança de sorrisos e gargalhadas, foi arrastado. Menino de ‘carne e osso’, de sentimentos. Um João como tantos outros meninos e meninas como nós, como eu e você aos 6 anos.
Impuros. Violentos. Indignos de serem chamados de homens. Assassinos de virtude alguma.
A dor do menino e da família não precisava de sete quilômetros para fazer chorar. Estes seres de má fé erraram. Estes seres podem ser fruto de uma sociedade por oras injusta, porém, mais injusto ainda é tirar a vida de uma ‘semente de esperança’ e, de uma família que por dias ficará à porta a espera de avistar a volta do filho da escola.
Incitados a errar,se apaixonaram pela avareza. Vontade exagerada de possuir qualquer coisa. Cobiça descontrolada, ganância. Tomaram para si o carro e deram fim a vida, aos sorrisos.
Arrogantes. Seres orguhosos, incapazes da humildade. Não tiveram respeito ao próximo. Não ouviram o choro de João e nem os apelos da mãe. Fechados em si, em sua soberba e altivez, continuaram a marcar as ruas do Rio.
Sacudidos pela ira, foram incapazes de se conter. O intenso sentimento de raiva e ódio, que para muitos é fruto de ofensas e insultos, nestes seres, pode ser outro. Talvez, a ofensa tenha sido o sorriso puro de uma criança de 6 anos por sua alegria em viver. Um João de muitos.
Seres de preguiça e vadiagem. São sete quilômetros e a vida se esvai pouco a pouco. O amor ao próximo não existe. O Rio fica manchado.
A gula não foi saciada. Os valores se invertem, por oras somem.


-----
Escrito há algum tempo. Resolvi colocar no blog como forma de não deixar o texto na gaveta e relembrar o triste episódio que marcou o Brasil. Além disso, logo posto outro sobre violência infantil. Acredite: você não vai acreditar no que lerá.